terça-feira, 13 de outubro de 2009

Descoberto o primeiro filme de animação de sempre

Preferi copiar o conteúdo a postar o link e um dia ele quebrar.

Do site: http://cinema.sapo.pt

Para quase todos os estudiosos, «Fantasmagorie», do francês Emile Cohl, era considerado o primeiro filme de animação de sempre. No Festival International de Animação de Annecy surgiu um novo pretendente ao trono, o russo Alexander Shirayev.

  

Desenvolvimento

A história do cinema é uma realidade sempre em flutuação, principalmente a dos seus primórdios, em que muitos filmes desapareceram ou tiveram distribuição muito limitada. Por isso, mais que designar os «primeiros» neste ou naquele campo, o mais correcto a maioria das vezes será aplicar a expressão «o mais antigo que se conhece». Vem isto a propósito de uma descoberta revelada ao público no Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, a decorrer entre 8 e 13 de Junho: há vários filmes de animação, todos de um mesmo autor, Alexander Shirayev, que precedem no tempo aquele que era até agora tido como o primeiro filme animado, «Fantasmagorie», de 1908, realizado pelo francês Emile Cohl.

As origens do cinema animado, como as de qualquer forma de expressão artística, são muito disputadas. Embora os efeitos de trucagem venham desde as origens do cinema, tendo logo sido muito trabalhados por Georges Méliès, e apesar de ter havido desde o início muitos apontamentos de cinema animado aqui e ali, é (ou era...) relativamente consensual que fora «Fantasmagorie» o primeiro filme de animação por inteiro, ou seja, o primeiro que não se limitava a usar os efeitos animados como mero truque visual em complemento ou em relação à imagem real.

Pois bem, tudo indica que o russo Alexander Shirayev antecedeu Cohl nesse sentido por alguns anos. E que esse facto foi descoberto há 10 anos mas ninguém ligou. Em 1995, mais de 50 anos após o falecimento de Shirayev, o historiador e documentarista Viktor Bocharov descobriu e recuperou na medida do possível vários filmes em 35 mm e alguns em 17,5 mm, que utilizou na criação do documentário «Shirayev: A Belated Premiere» que, apesar de ter sido terminado em 2003, teve escassa projecção até à data. À excepção do Festival de Cinema Mudo de Pordenone, em Itália, foi este ano em Annecy que mereceu visibilidade mais alargada e que a comunidade da animação internacional do cinema de animação entrou em contacto com a obra do cineasta, tomando nota de que era preciso alterar as histórias do cinema animado tal como tinham sido escritas até à data.

Shirayev era um dançarino muitíssimo célebre e reputado do ballet russo na viragem para o século XX, que, até ao seu falecimento, em 1941, se distinguiu também como professor e teórico da coreografia, com obra importante publicada. Era um nome que já estava na história da dança por direito próprio, mas que agora entra na do cinema por outra via: é que Shirayev começou a registar e conservar os movimentos dos seus colegas bailarinos numa câmara amadora de 17,5 mm. E não contente com isso, resolveu desenhar em papel os vários passos e movimentos de dança para auxiliar os dançarinos, que cedo percebeu que podiam ser fotografados e projectados, para dar a ilusão do movimento, fazendo assim as suas primeiras animações.

Mas isso nem foi o essencial na obra filmada de Shirayev: logo a seguir, e aplicando o mesmo príncipio, ele criou marionetas articuladas, feitas em pasta de papel, com as quais conseguiu uma reprodução inacreditavelmente fiel e fluída do movimento humano, como ferramenta de trabalho para auxílio dos colegas.

Assim, ele criou vários filmes sempre com o mesmo dispositivo mas cada vez mais engenhosos e ambiciosos: o enquadramento é sempre o palco de um teatro, em que as marionetas dançam uma qualquer melodia, chegando mesmo a estar mais de dez figuras em movimento coreografado no mesmo espaço. Tratam-se, portanto, de filmes com princípio, meio e fim, e com um objectivo expressivo e artístico que estava longe de se limitar aos efeitos de trucagem.

Embora os filmes não sejam datados, todas as pesquisas apontam para que tenham sido feitos entre 1904 e 1906, portanto, pelo menos dois anos antes de «Fantasmagorie». E muito antes de 1911, data em que estava assinalado o primeiro filme de animação em «stop-motion», assinado pelo russo Ladislaw Starewicz, data que terá agora de ser corrigida, já que foi a essa técnica que Shirayev recorreu.

Neste momento, contra o seu caso como pioneiro, o dançarino e animador russo terá apenas o facto dos seus filmes não terem tido projecção pública (tanto quanto se sabe) e terem sido concebidos para visionamentos relativamente restritos, o que continua a dar a Cohl a relevância, porventura mais importante, da sua obra ter sido a que mais influência teve na origem do «medium». De qualquer forma, e até pela sua invulgar qualidade, os filmes de Shirayev deverão agora começar a integrar as histórias do cinema, e em lugar pioneiro.

O estúdio britânico Aardman, responsável pela dupla Wallace e Gromit, foi instrumental no financiamento do restauro dos filmes de Shirayev, que deveriam ter sido apresentados em Annecy por aquele que os descobriu e revelou ao mundo, o próprio Bocharov. Só que, infelizmente, o historiador, que tanto queria dar a conhecer a sua descoberta, não pôde estar presente porque não percebeu que o seu passaporte caducava um dia antes da viagem de avião para o Festival...

Luís Salvado - 10-06-2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Picolé de frango

Por mais estranho q pareça, isso é o "drumete" (akela coxinha da asa do frango super gostosa) vendido no Prezunic. Lá, o peso líquido é levado ao pé da letra, já que o "bloco" do produto é constituído de pelo menos 50% de gelo. Q droga heim!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Festival do Rio 2009

Filmes: Shirley Adams; Piquenique; Katalin Varga; Valo; Amor Escondido; A Gruta Filme-Jogo; Jaffa; Luisa; Notas Soltas Sobre um Homem Só; Fluídos; Vida de Balconista; Alô Alô Terezinha; Histórias Extraordinárias; A Sereia e o Mergulhador; Erótica Aventura; Eu Matei a Minha Mãe; Boogie

02/10 Estação

Shirley Adams (trailer)
(Dir.:Olivier Hermanus.Com: Denise Newman, Keenan Arrison.África do Sul - 2009)

Há um ano, o filho de Shirley Adams, Donovan, foi baleado pelas costas e ficou tetraplégico. Desde entăo o dinheiro da família é consumido pelas despesas médicas. No męs passado, Shirley foi abandonada pelo marido, e agora é obrigada a furtar comida para sustentar a casa. Quando a jovem terapeuta Tamsin surge em suas vidas, ela busca se reafirmar para si mesma e alimenta esperanças de que ela possa curar Donovan da depressăo.




Opinião: 
É um filme lento e triste, mas muito bom. Emociona, irrita e deixa meio pasmo. A idéia do rapaz tetraplégico, começando a vida praticamente já é bastante comovente. Ele inconformado e revoltado descontando muitas vezes naqueles que estão ao seu redor é que dá aquela queimação na boca do estômago.

O desenrolar, que mostra o desespero da mãe que está muito carente pela ausência do marido do qual dependia financeiramente, a aparição da estagiária que auxilia nos cuidados com Donovan e as reviravoltas que surgem dão corpo ao filme e criam um drama realista que pode acontecer com qualquer pessoa.

É recomendado o uso de lenços aos mais emotivos =)

Valo (site)
(Dir.: Kaija Juurikkala. Com: Vili Järvinen, Joni Kehusmaa, Sara-Maria Juntunen, Alina Sakko, Eveliina UusitaloFinlândia-2005)

Baseado no diário de infância do artista e filósofo Aleksanteri Ahola-Valo (1900-1997), o filme é ambientado na Finlândia do começo do século XX, quando o país era parte do Império Russo. Aos 8 anos, Valo e o pai seguem exilados para uma aldeia do interior. Lá, o colégio primário é fechado por autoridades que o acusam de subversivo. Motivados pelo desejo de estudar, Valo e seus amigos decidem abrir uma escola.

Opinião: É um filme pro público infanto-juvenil, mas traz uma mensagem que serve para todos: a preseverança aliada ao não-conformismo frente às dificuldades para se alcançar um objetivo. É inspirador de certa forma. Posso dizer que valeu meu ingresso e deu uma equilibrada na programação do dia.
 


Piquenique (trailer)
(Dir.:Adrian Sitaru.Com:Maria Dinulescu,Adrian Titieni,Ioana Flora Romênia/França-2008)

Mihai e Lubi decidem passar um domingo no campo, pescando e fazendo um bom piquenique. Mas na estrada, atropelam uma prostituta de rua, que cai desacordada. Concluindo que a mulher está morta, decidem esconder seu corpo na floresta, mas a moça acorda do trauma, dizendo não se lembrar de nada. O casal, então, inventa que ela desmaiou e que eles foram ajudá-la, e a convidam para o piquenique. Ela aceita e embarca com eles na viagem, mas talvez suas lembranças não sejam tão vagas assim.


Crítica:
Almanaque Virtual / Vertentes do Cinema

Crítica Minha:
É um filme que discute o relacionamento de uma forma sútil, mostrando o resultado da interferência de uma prostituta quando resolve dar conselhos a um casal problemático.

Depois do longo início, que apresenta o casal e sua relação numa discussão dentro do carro, "trombamos" com a 3ª personagem: a prostituta. Daí explodem as neuras do casal. Mas como a atropelada não morre, eles retomam a idéia inicial: o piquenique.

O filme é todo feito de dia em campo aberto, aproveitando a luz natural.
Os ângulos são na maioria focados nos rostos e os diálogos realistas, mas com uma atmosfera surreal, dada a situação em que se encontram.

Pervertendo o tema simples do "piquenique", trabalha toda a história em torno desse evento, apresentando o motivo de sua realização, o desenrolar e culminando nas consequências geradas por ele.
O filme cresce a cada passo até que percebemos o gancho de uma situação inusitada. É simples e original.

Opinião: Começou meio chato, com a longa discussão, mas logo após a chegada da 3ª personagem as cosias se ajeitam.

Daí em diante vemos como a recém-chegada domina a situação, criando intrigas, desejos, ciúmes dando a nítida impressão de que está se vingando do casal por tê-la atropelado. Volta e meia aparecem umas figuras estranhas indo e voltando no filme, mas dá um toque de bizarrice a mais (como se já não fosse suficiente).


É um filme original que tem seus pontos de comédia e drama equilibrados. Valeu meu ingresso.

Katalim Varga
(Dir.: Peter Strickland Com: Hilda Péter, Tibor Pálffy, Norbert Tankó, Melinda Kantor. Romênia / Hungria / Reino Unido-2009)

Katalin Varga, mãe de Órban, é expulsa de casa pelo marido quando este descobre que não é o pai verdadeiro da criança. Ela parte então numa jornada pelos Cárpatos, decidida a encontrar o pai de seu filho. No caminho acaba retornando a um lugar onde jurou nunca mais por os pés, a clareira onde foi estuprada 11 anos antes. Com essas memórias novamente no espírito decide se vingar dos criminosos. Katalin consegue matar o primeiro homem, mas quando encontra o segundo as coisas se complicam. Ele se mostra amigável e acolhedor, e não se parece nada com o sujeito em suas lembranças.

Opinião: É uma história triste que não melhora com o desenrolar do filme e por isso comove já que trata de um assunto, infelizmente, tão recorrente na nossa sociedade. A saga de Katalim junto do filho e o reencontro com seus agressores mostram, por um lado, o quanto uma pessoa pode ficar traumatizada apesar de prosseguir a vida, e por outro, o quanto criminosos podem ficar tão alheios a seus crimes e também seguirem a vida.

O maior trunfo do filme é a desviada dos clichês em favor de um desenvolvimento natural/original da história.



Amor Escondido
(Dir.: Alessandro Capone. Com: Isabelle Huppert, Greta Scacchi, Mélanie Laurent. Itália/Luxemburgo/Bélgica-2007 )

Danielle vive sob observação em uma clínica psiquiátrica após ter tentado cometer suicídio pela terceira vez. Frequentemente, ela sonha ou tem alucinações com sua filha Sophie, com a qual nunca teve uma boa relação. Durante as sessões de análise, a psiquiatra Nielsen trabalha para romper o silêncio de Danielle, até convencê-la a descrever seus sentimentos em uma folha de papel. A partir daí, Danielle começa a relatar as maiores dificuldades de sua vida: a gravidez indesejada, o casamento às pressas e a obrigatoriedade de amar. Baseado no romance homônimo de Danielle Girard.


A Gruta Filme-Jogo (site)
(Dir.: Filipe Gontijo Com: Poli Pieratti, Carlos Henrique, André Deca. Brasil-2008)

Filme interativo, no qual o espectador, através de um controle, participa da história, determinando seu desdobramento. De acordo com as escolhas do público, o filme pode chegar a 60 minutos ou ter um encerramento prematuro aos 5 minutos (nesse caso, os organizadores dão ao público nova chance de entrar no caminho mais duradouro da história). O fio condutor é simples: o jovem casal Luisa e Tomás decide passar uns dias na fazenda da família dela, onde mora o caseiro Tião. Quando encontram um filhote de porco na gruta do terreno, a tranquilidade se aproxima do fim. Um deles passa a apresentar comportamentos estranhos, e Tião acredita que estão possuídos por demônios. Aos poucos, desconfiam que a resposta pode estar nas sombras da gruta.

03/09 Estação

Jaffa (trailer)
(Dir.:Keren Yedaya.Com:Dana Ivgy,Moni Moshonov.ALE/FRA/ISR-2009)

O jovem Toufik e seu pai Hassan fazem parte de um número considerável de árabes que vive em meio aos judeus na cidade marítima de Jaffa, em Israel. Eles trabalham na garagem de Reuven, que também emprega seu filho Meir e sua filha Mali no negócio familiar. Mali e Toufik alimentam há anos um romance insuspeito e planejam em segredo seu casamento, mas as coisas se complicam para o casal quando tensões emergem entre Meir e Toufik.

Críticas:
Almanaque Virtual / Vertentes do Cinema

Opinião:
Fui assistir pensando, como sempre, em priorizar países cujas produções quase não aportam por aqui, mas achei que é uma história comum e o fato de se passar em Israel é puro acaso. Talvez essa minha impressão tenha sido acentuada pelo fato de, no dia, o filme ter atrasado quase ½hora por estar ainda chegando ao cinema, vindo de outro. Por causa disso, comprei ingresso pro filme "Mercado" e acabei trocando na última hora quando finalmente a cópia chegou. Fiquei pensando se o outro teria sido melhor.

Resumindão:O filme é bom, mas todos os assuntos de que ele trata já foram contados inúmeras vezes em outras produções, sendo que este acabou por agrupá-las, costurando as situações num só corpo. Faz bem, mas não tem nada de novo pra dizer.

Agora uma coisa é inconestável: a atriz Dana Ivgy tem ótima interpretação neste filme.



Luisa (trailer) (site)
(Dir.:Gonzalo Calzada.Com:Leonor Manso,Jean Pierre Reguerraz.ARG/ESP-2008)

Luisa vive sozinha em um apartamento com seu gato, Tino. Devido a um acontecimento traumático em seu passado, se relaciona com as pessoas e o mundo com certa dificuldade. Há 30 anos é funcionária do cemitério Descanso da Alma, além de trabalhar ocasionalmente para a Senhora González. No mesmo dia, Luisa perde o gato e os dois empregos. Mais solitária do que nunca, decide cremar Tino, mas falta-lhe dinheiro para isso. É quando ela descobre no metrô um mundo que até então lhe era desconhecido. Lá faz amigos e vê a chance de juntar o dinheiro que precisa.

Crítica: Almanaque Virtual / Vertentes do Cinema

Opinião: A sensação inicial é que a tal Luisa (metódica até o último fio de cabelo) é uma pessoa extremamente pedante e auto-suficiente, mas aos poucos vamos vendo uma mulher frágil, perdida no mundo, sem horizontes e solitária (mas ainda sim muito orgulhosa). Aí que o melhor do filme começa.

Suas tropeçadas e tentativas tragicômicas de conseguir dinheiro são a essência do filme. O pior é se dar conta de que muita gente passa pela situação daquela mulher, perdendo o emprego e ficando sem qualquer fonte de renda, a ponto de fazer qualquer coisa pra poder comer, mas sem apelar pro crime.

Não é uma lição de vida, nem referência pra qualquer pessoa seguir, mas dá pra captar que mesmo nas dificuldades nossa felicidade depende muito de nós e não somente de dinheiro (tudo bem que dindin não atrapalha).

Quando o filme terminou tive a mesma sensação de satisfação de tempos atrás quando vi "O Barato de Grace", que tem algumas semelhanças com este.



05/10 Ponto Cine

Notas Soltas Sobre um Homem Só
(Dir.:Carlos de Moura Ribeiro Mendes. Brasil-2009)

A obra e o método de criação de Camargo Guarnieri, a partir de entrevistas com alguns dos compositores mais expressivos da atualidade, de depoimentos históricos do próprio (acervo da família), de verdadeiras aulas ao piano sobre as principais características de sua criação, da execução integral do concerto nº1 para violino e orquestra (que não era tocado há 60 anos), e de uma conversa franca, sensível e didática entre o regente Lutero Rodrigues e o violinista Luiz Filipe sobre a música do artista.

Opinião: Em tempos de documentários sobre grandes expoentes da música brasileira, como "Loki", "Waldick" e "Simonal", surge uma figura que não é popular para a maioria, mas que fez um grande trabalho em pról da nossa música. O documentário mostra bem a genialidade desse maestro e compositor através de depoimentos de amigos, ex-alunos e admiradores do seu trabalho.

O bom trabalho da direção captura a paixão que esses personagens nutrem por Garnieri, quando os mostra executanado partes de suas obras, nos episódios curiosos contados pela família e também na paixão do regente Lutero Rodrigues ao retrabalhar uma das composições para executá-la após 60 anos.

Não é um filme pra estudiosos amantes de música erudita, mas pra amantes de música simplesmente.



Fluídos
(Dir.:
Alexandre Carvalho Com: Amanda Banffy, Gus Stevaux, Laerte Késsimos, Tatiana Eivazian, Tânia Granussi, Sílvia Pecegueiro. Brasil-2009)

Enquanto um casal torna-se escravo de seus próprios fetiches, uma mulher de meia-idade encontra seu marido apenas pela Internet e um garoto expõe sua vida num programa de televisão sensacionalista. 




Opinião:
Assisti meio no escuro. Mais pra aproveitar horário, já que sabia pouco sobre o filme, apenas que era uma produção no estilo "Cinema Vivo" e disso sabia menos ainda. Na verdade não consegui perceber muito o impacto da proposta, de fazer tudo meio ao vivo, em tempo real e tal, mas gostei do filme, por mais louco que tenha sido.

As histórias não tem relação entre elas, apenas o tema "sexo" as une. O interessante é a maneira com que as 3 histórias apresentam o tema: 1º O casal ninfomaníaco; 2º O teeny-weeny short dick man; 3º A mulher carente assedia por um transexual. A primeira é a mais fraquinha e sem-graça, mas tem seus momentos. As outras são o ponto alto do filme, que mantém a atenção na tela e não nos barulhos de pipoca sendo devorada.

Quero poder ver mais produções com essa proposta de "cinema vivo" pra poder perceber mais sobre seu potencial, sem precisar recorrer a intrevistas e sites pra "pescar" o que ele é de fato.

É um filme legal, simples e de fácil digestão. É o tipo de filme que é bom assistir pra ver o que é, sem ficar querendo saber muito o propósito ou exigindo demais. Apenas assistir e curtir.



06/10 Ponto Cine

Vida de Balconista (trailer)
(Dir:Cavi Borges e Pedro Monteiro.Com:Mateus Solano, Gregório Duvivier.Brasil-2009)

Um dia muito louco de um balconista de uma locadora.




Crítica:
Almanaque Virtual / Vertentes do Cinema

Opinião:
É incrível como se pode fazer um bom trabalho com pouco dinheiro, pouco tempo, originalidade, migrar entre diferentes mídias e provavelmente ser exibido no circuito de cinema (o diretor falou que estão se movimentando pra isso).

Tudo é muito simples e eficiente. Do cenário, que é uma locadora real, aos episódios em que se basearam pra contar as histórias e o resultado final que é engraçado e recompensador.

Outro detalhe que achei interessante foi a câmera, que faz o espectador se sentir um "bisbilhoteiro",olhando as situações pelo "olho mágico" de uma porta, por onde o observado, consciente do que está acontecendo, busca no observador o apoio pras suas ações.

A grande surpresa acontece logo após os créditos, na cena agregada aos 3 minutos finais feita especialmente para o Festival, reclamando de forma inusitada da ausência do diretor Tarantino convidado para o evento.

Torço pra que mais pessoas possam ver esse grande trabalho, que na minha opinião, merece estar no circuito muito mais do que algumas "coisas" que nos empurram.



Alô Alô Terezinha (trailer)
(Dir.:Nelson Hoineff.Com:Chacrinha e outras personalidades.Brasil-2008)

Documentário sobre o maior fenômeno de comunicação do país. Politicamente incorreto, radical, renovador, Chacrinha mudou para sempre a televisão brasileira e expressou um Brasil que estava em torno dela, mas não era percebido. O filme conta a grande aventura chacriniana através da ótica do apresentador, reunindo os núcleos de sua constelação, chacretes, calouros e artistas que passaram por seus programas, para identificar suas individualidades e suas emoções.


Crítica: Almanaque Virtual

Opinião: Gostei muito do filme. Consegui voltar no tempo e relembrar as vezes que assisti ao programa, a graça que ele tinha e percebi, mais ainda, a importância que ele teve para televisão. Cenas hilárias das "chacretes" se revelando ainda apaixonadas pela idéia de serem dançarinas e bizarrices como exibições públicas de nudez geriátrica, dão ao filme um ar de que foi dirigido pelo fantasma do Chacrinha.

Engraçado e um tanto triste foi ouvir o comentário: "O tempo é cruel", quando um espectador se referia a uma das chacretes que trocava de blusa na frente das câmeras, pela qual ele, provavelmente, já deve ter suspirado um dia. São momentos em que a câmera é bastante invasiva e persistente, mostrando os excessos de seus "alvos".

É um filme que marca e diverte. Traz à tona as referências de beleza de uma época e o motivo pelo qual as chacretes eram tão cobiçadas e os calouros tão rechaçados.

Por outro lado, fala pouco sobre o próprio Chacrinha. Entrei querendo conhecer a história dele e saí sabendo apenas que era adimirado por inúmeros cantores e odiado por alguns de seus ex-calouros (alguns traumatizados pelas buzinadas e abacaxis, inclusive). Fiquei com essa sensação de "falta algo", mesmo assim achei um trabalho de direção muito melhor do que "Waldick", com conteúdo melhor explorado, apesar de ambos me manterem desconhecedor dos seus personagens-foco.


07/10 Espaço de Cinema

Histórias Extraordinárias (trailer)
(Dir.:Mariano Llinás Com: Mariano Llinás, Agustín Mendilaharzu, Walter Jakob.Argentina-2008)

Nos Pampas Argentinos, três homens anônimos, X, Z e H, enfrentam seus medos, obsessões e idiossincrasias. X, única testemunha de um assassinato, foge e se esconde com receio de que os assassinos o tenham visto. Z consegue um trabalho enfadonho em uma pequena cidade rural e, para espantar o tédio decide investigar o misterioso passado de seu antecessor no emprego. Já H ocupa-se de uma estranha tarefa: percorrer todo o Rio Salado a bordo de um pequeno barco em busca dos monolitos de um projeto de clube aquático abandonado.

Crítica: Vertentes do Cinema / Almanaque Virtual

Opinião: Quando começo o filme, eu juro que fiquei com um certo medo, pois começa extremamente lento e, sabendo q duraria 4h, pensei que não aguentaria tanto tempo naquele ritmo. Mas o filme seguiu. De fato, o ritmo do filme é lento o tempo todo, mas aos poucos vamos nos aproximando dos personagens, nos envolvendo nas histórias e nos intrigando sobre o desfecho.

O filme se passa em capítlos, muitos capítulos. Tem hora que irrita tantas telas anunciando a cena seguinte, mas dá pra tentar ignorar, já que as histórias são instigantes, em geral.

Eu passei o tempo todo pensando nas conexões entre as 3 histórias que se desenrolam e cheguei a minha concluão, muito particular por sinal: elas não tem conexão! Bom, é a vida. Não incomoda, mas seria interessante saber o porquê delas estarem sendo contadas juntas.

É um filme longo, não tem como negar, mas o diretor colocou 2 intervalos no filme. Quando assisti só usaram o segundo. Acho que teria sido melhor usar o primeiro e não o segundo, para manter todo mundo ligado até o final, já que muitas pessoas acabaram não voltando pra sala.

Creio que dificilmente teremos a oportunidade de assistí-lo novamente, a não ser que entre no CineSul de 2010 (mas sendo uma produção de 2008...)


12/10 Espaço de Cinema

A Sereia e o Mergulhador
(Dir.:Mercedes Moncada Rodríguez. México / Espanha-2009)

O cadáver de Simbad, o homem do mar, aparece flutuando na Costa Atlântica da Nicarágua. Wangki, a sereia, converte a alma de Simbad em uma tartaruga, e a tartaruga o leva à superfície, devolvendo-o ao mundo dos humanos. Ele retorna então como um índio misquito, e cresce nas margens do Rio Coco. Lá vive a rotina da tribo, trabalhando no campo. Quando o local é atingido por um violento furacão, Simbad migra para a Costa Atlântica, onde vira um mergulhador que pesca lagostas. No fundo do mar, a sereia o espera.

Crítica: Almanaque Virtual

Opinião: Assisti dias atrás o filme "Histórias Extraordinárias", com 4h05m, todo narrado, sem diálogos e com a câmera se colocando como uma 3ªpessoa, observando os acontecimentos. Após os primeiros minutos (qdo achei que o filme seria um longo desastre) pude apreciar o grande resultado obtido com essa forma original de contar a história. Adorei. Esse filme não é assim. Não existem diálogos, nem narração e a câmera parece um espectador invisível, um alguém ignorado pelos personagens presentes nas cenas.

O filme tem um ar de documentário do National Geographic e parece que vc ligou a tv no meio do programa. Me senti numa janela observando a vida alheia, paralizado, impossibilitado de virar o rosto. Assistindo a tudo e a todos, até mesmo o que não queria (como cenas reais de um parto ou mutilação de tartarugas).

Ao final do filme pensei que se fosse um curta com 20 minutos eu me sentiria menos entediado, mas com 86 minutos eu achei muito chato.


Erótica Aventura
(Dir.:Jean-Claude Brisseau.Com:Carole Brana,Arnaud Binard.França-2008)

Sandrine é bem-sucedida profissionalmente, mas se sente presa às convenções do cotidiano. Após uma série de conversas filosóficas com um taxista, resolve mudar radicalmente de vida: larga o emprego e se separa do namorado. Ao conhecer o jovem psicanalista Marc, se interessa por suas pesquisas sobre hipnose e decide embarcar com ele numa experiência para explorar sua sexualidade. É assim que conhece a misteriosa Sophie, mulher por quem fica fascinada. Lançando mão de ferramentas como a regressão, os três mergulham numa intensa e perigosa jornada em busca do orgasmo definitivo.


Crítica: Almanaque Virtual

Opinião: A proposta do filme é bem trabalhada sobre o tema da satisfação pessoal, a busca individual pelo prazer, as diferentes relações que cada indivíduo tem com a sexualidade. Ele envolve e excita, já que não faltam cenas de sexo explícito (e momentos em que se duvida que não seja um filme pornô), mas apresenta um questionamento plausível, sobre o qual certamente todos já divagaram um dia.

Porém, apesar das buscas sexuais incessantes, dos diálogos freudianos e dos closes ginecológicos, no final o filme dá uma derrapada digna de um carro de F1 na chuva: parte pro campo místico, paranormal, o êxtase transcendental, coisa e tal (só pra rimar). É como uma implosão. Acho que deveria ter alguns minutos a menos. Não é que eu não curta metafísica, mas o filme tinha tudo pra não seguir esse caminho e adoraria perguntar ao diretor: "Por que?" (em voz  melancólica com olhar de tristeza)


Eu Matei a Minha Mãe
(Dir.:
Xavier Dolan.Com:Anne Dorval, Xavier Dolan.Canadá-2009)

Hubert tem dezessete anos e não ama sua mãe. Além de só ter olhos para o gosto kitsch, as roupas bregas e pequenos detalhes como a forma que ela come, ele a contempla com desprezo. Os mecanismos de manipulação e culpabilização empregados por ela também não lhe passam desapercebidos e Hubert se vê progressivamente tomado por uma relação de amor e ódio fora do seu controle. Confuso, ele vaga por uma adolescência ao mesmo tempo marginal e típica, repleta de descobertas artísticas, experiências ilícitas, amizades e sexo. 

Crítica:
Almanaque Virtual

Opinião:
Quanto mais um filme me gera algum sentimento melhor eu o considero. Trabalhando essa "filosofia", afirmo que gostei desse filme, pois poucos me irritaram tanto.

As atitudes do adolescente fazem a gente pensar: "Caramba, será que eu cheguei a ser tão mala assim quando tinha a idade dele?" Torço para que não. Tudo bem que a mãe dele algumas vezes contribuía, o que deu mais realismo ainda ao filme. É irritantemente bom. Não faltaram comentários do tipo: "Eu odeio esse garoto!" com aquele tom de ódio real nas palavras e intonação (isso é engraçado, já que é um filme, apenas, mas mexe tanto que a gente acaba sentindo algo real por alguém que só existe na forma de uma coleção de luzes projetadas).

Será que entra em cartaz??? Na torcida!


Boogie
(Dir.:Gustavo Cova.Argentina-2009)

Boogie, homem frio, sádico e machista, é o mais temido assassino de aluguel da cidade. Ele segue suas próprias leis e nunca falha em serviço. Portanto, quando alguém precisa “resolver” um problema, não há dúvidas: ele sempre é chamado. Mas desta vez, Sonny Calabria, chefe da máfia local, surpreendentemente contrata Jim Blackburn, uma versão mais sofisticada de Boogie, para calar a testemunha de um crime. Disposto a defender seu orgulho, Boogie sequestra a testemunha. O que não esperava, no entanto, era apaixonar-se por ela. Baseado nos quadrinhos Boogie, de Fontanarrosa.


Crítica: Vertentes do Cinema

Opinião: Um amigo me falou desse filme, daí resolvi assistir. Somos universos diferentes: Ele odiou, eu adorei.

É um filme de animação que trabalha principalmente a violência escancarada, com sangue espirrando pra todos os lados, cabeças e membros voando, tiros, explosões e todas as mortes possíveis. Posso praticamente afirmar que só sobrevivem 2. Mas não esperava nada diferente. Acho que as sinopses fazem um grande trabalho em favor do espectador, pois apresentam em linhas gerais o que esperar do filme.

Eu sei que é o tipo do filme que não vai entrar em cartaz, pq não é "cult" como South Park com seu humor escrachado, violento, racista, apesar de conter os mesmos elementos com um foco diferenciado, indo mais pra "Rambo" ou "Dirt Harry". Mas qual de nós não gostava desses filmes quando era criança? Não tem porque torcer o nariz agora (logicamente existem exceções).

Então, para os amantes de animação adulta, saudosos de filmes de ação do tipo "eu sozinho mato geral", esse é um prato cheio.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

#festRio Blog c/info e opinião

Para ler opiniões e informações sobre os filmes do Festival do Rio 2009, recomendo o site do meu amigo Fabrício Duque: vertentesdocinema.blogspot.com

sábado, 3 de outubro de 2009

Filmes de Outubro 2009

Filmes: Gamer; Salve Geral; Bastardos Inglórios; Distrito 9.

03/10 -
Art West Shopping

Gamer (trailer) (IMDB)
(Dir.:Mark Neveldine & Brian Taylor.Com:Gerard Butler,Michael C. Hall. Eua-2009)

Num futuro não muito distante, alguns humanos podem controlar outros em larga escala a partir de um ambiente de jogos online. O jogo se chama "Slayers" (Matadores) e o melhor jogador de todos é Kable, que tenta recuperar a independência dos humanos. Mas para isso terá de desafiar Ken Castle, a mente brilhante criadora do jogo mortal.





Opinião: 
O filme é acelerado, com 70% das cenas girando entre tiros, explosões e correria (além de pedaços de gente voando para todos os lados, claro!) Pra os fãs de "Rambo", "Duro de Matar" e adeptos ao "Chuk Norrismo" é um prato cheio.

Avaliando um pouco melhor fica fácil lembrar que partes da história já foram mostradas de maneiras diferentes em filmes desde "Fahrenheit 451" até "TRON" e ainda conta com ambientações de jogos como "DOOM" etc. Então o filme é uma compilação de idéias que mostra um "SecondLife" live-action. Só que no lugar de bonequinhos 3D, existem pessoas com vidas e armas reais. Daí não deixa de ser interessante, gerando até uma reflexão sobre influência desses elementos (como o virtualismo) nas nossas vidas.

O filme não tem uma "moral da história", mas sempre dá pra tirar proveito de alguma coisa, menos da parte:"eu sou forte pra caramba e mato todo mundo", porque aí seria filme de arte =)

Recomendo pra diversão livre sem expectativas.


14/10 - Cinesystem Bangu

Salve Geral (trailer)(IMDB)(site)
(Dir.:Sergio Rezende.Com:Andréa Beltrão, Denise Weinberg.Brasil-2009)

Lúcia é a professora de piano que vê o filho adolescente ser preso após este se envolver num acidente de carro. Atrás das grades, o jovem toma partido de um grupo de presidiários chamado Comando. A mãe, que em suas visitas ao presídio acompanha o cotidiano do filho, logo passa a fazer parte daquele mundo. E com a interferência da advogada do Comando, Lúcia aos poucos se transforma em peça-chave de um jogo perigoso. História inspirada nos ataques orquestrados pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no fim de semana do Dia das Mães, em 2006.

Opinião: Não é apenas mais um filme a falar da violência e da relação das pessoas com esse eterno companheiro de cela, mesmo assim, como algumas outras produções que temos visto, aborda a gradual aceitação, ou melhor, incorporação da violência ao cotidiano. Ele também humaniza e estreita os dois lados da vida de um detento e a repercussão familiar da sua situação.

Por se tratar de um filme baseado em fatos reais é que vemos quão absurda é nossa capacidade de tolerar o horror e diluir cada vez mais rápido seus males com o passar do tempo.

O filme, como em "Carandiru" ou "Quase dois Irmãos", mostra o íntimo da vida presidiária, a hierarquia entre os detentos e suas relações com o poder mais imediato: o diretor da prisão. Daí vemos apenas o que já sabemos: corrupção, acobertamento, sistema de favores; coisa que já estamos tão acostumados a ler e ouvir que nem ao menos choca, apenas ilustra. Nesse ponto é pra se questionar: "Isso é o certo, o errado ou apenas o real?" Não deixa de ser apenas o real, na minha opinião.

A longa trilha, entre a ruína familiar, o assassinato, a prisão do rapaz, sua vida na cadeia e os "rolos" em que a mãe se submete pra conseguir tirá-lo de lá, é mostrada de forma acelerada, que traduz o desespero da situação e deixa a história mais realista.

É um filme de ficção que dramatiza um fato real, que infelizmente ainda pode voltar a acontecer. Recomendo para reflexão e questionamento sobre o tema.


22/10 - West Shopping

Bastardos Inglórios (IMDB)(site)(trailler)
(Dir.:Quentin Tarantino.Com:Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth.Estados Unidos/Alemanha/França-2009)

Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelo exército alemão, a jovem Shosanna Dreyfus testemunha a execução de toda a sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa. A moça escapa e viaja para Paris, com a forjada identidade de dona e operadora de um cinema. Ainda na Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus para lutar contra os nazistas. Conhecido pelo inimigo como The Basterds, o grupo de Aldo acaba tendo como nova integrante a atriz alemã e espiã disfarçada Bridget Von Hammersmark, que tem a perigosa missão de derrubar os líderes do Terceiro Reich.


Opinião: Eu tenho uma certa cisma com Tarantino, mais pelas pessoas (chatas) que são "adoradoras" de qualquer trabalho que ele faça, como se ele fosse um "deus do cinema", do que com seus filmes (tudo bem que achei "Kill Bill" um saco, digo 2). Por isso entrei na sala tentando deixar do lado de fora todo e qualquer ranço de antipatia. Que bom que fiz isso!

Gostei muito do filme. Num mix de momentos e núcleos de ação, o filme trabalha bem a ação com comédia e muito sangue. É uma combinação que me agrada (sadismo cômico) e me lembra o melhor dos filmes "trash", sem usar a tosqueira gratuita. Uma das minhas implicâncias com o estilo do diretor é abuso do tosco desnecessário, pois quando é um filme de baixo orçamento, desculpa-se.

É um filme longo, mas o tempo passa fácil enquanto a história vai sendo conduzida em meio a balas, explosões, diálogos longos e pitadas de História. Não é pra entrar na sala achando que vai ver uma versão dos fatos ao estilo "A Queda", é só ficção. Parece mais com "Duro de Matar" que usa a 2ª Guerra como pano de fundo, mas diverte.

Posso dizer que foi uma renovação da minha opinião e que me estimulou a ver alguns outros filmes dele que ainda não pude.


29/10 - Cinesystem Bangu

Distrito 9 (IMDB)(site)(trailer)
(Dir.: Neil Blomkamp Com:Sharlto Copley,Jason Cope,Nathalie Boltt. África do Sul-2009)

Há 20 anos uma gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul. Como estava defeituosa, milhões de seres alienígenas foram obrigados a descer à Terra. Eles foram confinados no Distrito 9, um local com péssimas condições e onde são constantemente maltratados pelo governo. Pressionado por problemas políticos e financeiros, o governo local deseja transferir os alienígenas para outra área. Para tanto é preciso realizar um despejo geral, o que cria atritos com os extra-terrestres. Durante este processo Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), um funcionário do governo, é contaminado por um fluido alienígena. A partir de então ele se torna um simbionte, já que seu organismo gera algumas partes extra-terrestres. Com o governo desejando usá-lo como arma política, Wikus conta apenas com a ajuda do extra-terrestre Christopher para escapar


Opinião: Eu adoro ficção científica, então sempre sou suspeito pra falar, mas Distrito 9 vai além da ficção comum (naves, alienígenas, armas ultra-power-avançadas e devastadoras) ele toca no impensável: questões sociais. Racismo, miséria, violência sãos alguns dos males sofridos pelos alienígenas. Separados do convívio dos humanos, são isolados no Distrito 9, tornando o lugar uma grande favela no melhor estilo carioca de crescimento habitacional espontâneo. Incrível a semelhança. Parece até que filmaram aqui (será?).

O mais interessante é ver que, no filme, pretos e brancos discriminavam igualmente os alienígenas, apelidados de "camarões", dada sua semelhança (eu até agora quero entender isso, pois pra mim pareciam grandes grilos).  Campos de concentração, experimentos em cobaias vivas, contrabando de armas e comida pela organização criminosa local, descaso do governo e a criminalização de qualquer "alien" que saísse das regras impostas pela sociedade local; tudo faz alusão a alguma situação que determinados povos passam ou passaram em alguma época da nossa civilização. Não me lembro de ter visto isso em outro filme de "aliens vs humanos". 

Por isso esse filme é incrível, pois tirada a "casca" da primeira impressão (ficção científica à la MIB) fica sua síntese: Nós não somos melhores do que ninguém.
Não tinha melhor forma de criticar nossa condição de pretensos superiores do que nessa alusão tão original. Super indico!

Microcontos Outubro 2009

03/10/09
Sentado à sala escura,ansiava o início do filme.Em êxtase,quase tortura,viveu a hora sublime.No fim,a luz caiu dura.Seca.Firme

05/10/09
A tecnologia lhe bastava.Fios,componentes,placas.Nasceu nesse mundo,cresceu nele.Keria mudar d vida...ter vida.Ao menos keria

13/10/09
A vida lhe tirava a alegria a cada dia,até q virou adulto.Foi então buscar alegria gerando outra vida,recomeçando o ciclo

15/10/09
A chuva caiu na hora q ia subir o balão.Cada gota apagava 1labareda d esperança.Ñ era época d chuva,nem d balão.Pobre criança.

19/10/09
O homem c/frio agarrou a mulher.Aos gritos ela correu pro policial q atirou,certeiro.Ñ teve o calor humano q keria,só o da bala

22/10/09
A chuva caia triste,poeirando sobre a cidade.Seguiam-se os dias s/Sol.A alegria veio c/o calor,mas dentro das salas refrigeradas

30/10/09
Comeu até c empanturrar.A culpa castigava sua consciência.Só+1pedaço.E foi no último q o peixe mordeu o anzol #gula


Microcontos Setembro 2009 - Semana 3

13/09/09
A vida passava p/ele q nem sentia.Deitado na rede,sentia a brisa soprar,o sol keimar,molesa,bem estar,mas ñ sentia a vida passar

16/09/09
Inconformado c/apenas 2lados na moeda,passou a decidir a vida usando dados